Sharing Moment VII






BRASILEIRINHO
by Cathy Scarlet



Eu olho para aquele serventuário
De nome Romário
E penso que ele não podia ser mais otário
Do que aprender a embolsar dinheiro de um bancário
E ir de pai a presidiário.

Olho-o com seriedade
E percebo que nele não há maldade
E, sim verdade
De um antigo covarde
Que não deixou de ter uma certa malandragem.

Olho para aquele tropical
E percebo que ele não podia ser mais atual
Aquele homem feio que levou um pau
Quando saía do hospital
Em direção ao lamaçal.

Aquele homem imensurável
Que nunca me foi amável,
Mas sempre soube ser afável
Com o amigo maleável
E totalmente perturbável.

E aquele homem escolheu a profissão
De ladrão
Paspalhão
E doidão
Que não havia dado a mão
Nem mesmo ao patrão
Que cuidava da sua bonificação,
Mas que não lhe deu perdão
E deixou-o no chão
Como se aquele fosse seu novo caixão.

E todos tiveram que especular,
Que matar
Era do que ele devia tratar
De esquecer, pois parar
Na cadeia por causa de uma limiar
Pode ser mais fácil do que amar.

E naquele rincão
Nosso caro amigão
Não deixou de ser um bonachão
Estendido no chão
Daquela triste prisão.








XOXO





Comentários

Postagens mais visitadas