Is Trust a matter of point of view?
By Cathy Scarlet
Muitas e muitas vezes me passou pela cabeça a razão que me faz confiar ou não nas pessoas e, sinceramente, vejo que a questão é extremamente complexa já que CONFIANÇA é um elemento abstrato (como o são todos os sentimentos que permeiam a alma dos seres) que surge ou desaparece a partir do modo como vemos/percebemos as atitudes do outro para conosco, na maioria das vezes (algumas vezes avaliamos pela postura do outro para com terceiros). Por isso, coloquei o título deste post de "Is Trust a matter of point of view?" (A confiança é um problema de ponto de vista? - sim, me soou melhor em inglês - MASTER BLASTER risos). E a pergunta do título se explica pelo fato de que nossa avaliação do outro não pode ser considerada como OBJETIVA (sinônimo daquilo que é REAL, CONCRETO, DETERMINADO, DIRETO, RETO, IMPARCIAL, PRÁTICO) uma vez que nos utilizamos de questões SUBJETIVAS (sinônimo daquilo que é ABSTRATO, PRÓPRIO DO INDIVÍDUO, ÍNTIMO, EGOCÊNTRICO, PRIVADO, TENDENCIOSO, ETÉREO) para interpretar suas ações, gestos, falas, enfim, estamos sempre nos direcionando por nossos próprios conhecimentos de mundo e vivências pessoais no olhar que lançamos àqueles que nos rodeiam (ou não também. Quem nunca "julgou" a atitude de alguém famoso baseado em alguma foto ou no que a mídia divulga por aí?).
Devemos ter em mente que, por mais que queiramos praticar a IMPARCIALIDADE (sinônimo de NEUTRALIDADE, JUSTIÇA, EQUIDADE) para que possamos ser justos diante de várias situações com as quais nos deparamos, nos encontramos com o seguinte impasse: não dá! Deve-se a isso o fatídico PONTO DE VISTA que, por mais que se aspire a ser objetivo, recai na questão subjetiva da nossa avaliação, portanto, somos naturalmente PARCIAIS (sinônimo de LIMITADOS, FRAGMENTADOS, INACABADOS, INCOMPLETOS, TENDENCIOSOS) quando estamos diante de diversas circunstâncias ou pessoas. Isso é compreensível já que nunca conhecemos ninguém por completo, por mais que convivamos com essa pessoa por anos a fio, jamais saberemos com certeza quem ela realmente é, de todas as coisas que gosta, de todas as coisas que odeia, etc. Na verdade, nem mesmo essa pessoa ou nós sabemos quem somos de fato, pois são as circunstâncias que determinam nossas atitudes, preferências, gostos... (Espera! Sinto que esse post ficou muito filosófico-psicológico! Deu até revertério na minha mente aqui...).
Diante dessa questão fragmentária que envolve as relações humanas, era de se esperar que o confiar no outro também entrasse nessa vibe. Embora a imagem dos outros seja incompleta, ainda assim confiamos baseados em sensações inerentes a nós mesmos (o modo como nos sentimos, percepções, deduções, "achismos"...). Só para sanar algumas implicações envolvendo o que seria CONFIANÇA, vale pontuar o que significa: FÉ, SEGURANÇA, CONVICÇÃO, ESPERANÇA, FAMILIARIDADE, INTIMIDADE, CREDIBILIDADE. Assim, nos vemos diante não apenas de meros sinônimos de um simples termo, mas também diante de um panorama extenso que a palavra adquire. Um exemplo é a fé que temos em Deus, portanto CONFIAMOS Nele, em Sua existência e nos milagres que ocorrem mediante Sua presença no mundo. Quando sentimos segurança na presença de alguém estamos confiando nessa pessoa. Quando estamos convictos de uma ideia confiamos em nossa posição diante dela. Quando temos esperança de que o mundo tenha salvação mostramos que confiamos nos seres humanos e em sua capacidade de exercer o bem.
E o que faz essa confiança ser quebrada? Bem, basta analisarmos a nós mesmos. Quando ainda acreditávamos no Papai Noel, esperávamos ansiosamente pelo presente que nos daria no Natal, sendo que nossos pais diziam que isso só aconteceria se nos comportássemos bem (bons meninos e meninas ganham uma recompensa). Contudo, quando crescemos e nos encontramos diante do fato de que Papai Noel não existe, nossa confiança nele também ruiu. Afinal de contas, não era real, quebrando a ideia que se fazia dele como um velho bondoso, de roupa vermelha que, no Natal, presenteava as crianças que haviam sido boazinhas durante todo o ano. O mesmo ocorre quando confiamos em qualquer coisa ou em qualquer um. Basta lembrarmos do velho ditado que diz que a confiança é como uma taça de cristal que, quando partida, não pode ser consertada. Quem deixou de acreditar no Papai Noel, não tem como retroceder no tempo e tornar a confiar. A mesma lógica se aplica aos relacionamentos: quando deixamos de confiar em alguém por qualquer motivo que seja, por mais que tentemos reconstruir essa base na relação, nada será como fora antes. Já passei por isso inúmeras vezes. Um caso foi de uma amiga minha da oitava série. Eu a considerava como a uma irmã e confiava plenamente nela por essa razão. Todavia, com o tempo, certas circunstâncias foram minando nossa afeição e, consequentemente, minha confiança nela, a tal ponto que rompemos nossa amizade. Viemos a nos reencontrar um pouco mais de um ano depois para conversarmos e tentar colocar panos limpos nos fatos. E embora a conversa tenha sido cordial e sem traços de raiva, ainda assim nunca mais tornamos a ser amigas, pois o laço de confiança que houvera entre nós havia sido rompido irremediavelmente. E, sem confiança, nenhuma relação se mantém, por mais que se tente "consertar" as coisas ao patamar no qual estavam. Nunca é a mesma coisa.
Concluo este momento de reflexão com o seguinte: será que agimos de modo a sermos confiáveis aos olhos dos outros? Será que analisamos bem as pessoas antes de confiarmos nelas de modo pleno? E, será que somos verdadeiros para com os outros quando estes confiam em nós? Será que somos merecedores dessa confiança? Vamos colocar sob análise nossas ações para que possamos, na medida do possível, basear a confiança do outro no nosso verdadeiro eu, lembrando que ao destruirmos a fé de alguém em nós podemos estar inegavelmente rompendo com a percepção daquele nas demais pessoas ao seu redor. E, querendo ou não, quando as pessoas deixam de acreditar o que realmente sobra para elas além de desconfiar sempre do que as cerca e da própria avaliação que fazem dos indivíduos? Vamos ser mais responsáveis e honestos para com todos: ninguém merece estar sempre com o pé atrás porque conviveu com pessoas não merecedoras de sua credibilidade.
Que o outro não tenha receio de segurar na nossa mão para não cair no abismo. 😊
Que o outro não tenha receio de segurar na nossa mão para não cair no abismo. 😊
XOXO
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