As quatro rainhas mortas - Astrid Scholte (2019)
By Cathy Scarlet
Ficha Técnica
Livro: As quatro rainhas mortas (Four Dead Queens)
Autor: Astrid Scholte
Autor: Astrid Scholte
País: Estados Unidos
Ano de Lançamento: 2019
Gênero: Fantasia romântica
Editora: Galera Record
Nota: 6
A história se passa no continente de Quadara, dividido em quadrantes: Archia, Ludia, Eonia e Toria, cada qual governado por uma rainha, respectivamente, Iris, Stessa, Corra e Marguerite, que vivem no palácio desde o início de seu reinado, sem poderem se envolver com seus quadrantes de origem, governando de modo superficial, por conta disso. São quatro mulheres que devem viver sob as leis das rainhas, contudo, vamos observando as verdades ocultas, seus segredos que colocam em jogo as mesmas leis que juraram seguir até a morte. Isoladas no palácio, contando apenas com seus conselheiros para guiá-las, acabam por se sentirem presas entre a lealdade aos seus deveres como governantes e suas vontades individuais.
E, nesse cenário, vemos a inserção de outros personagens, cujos interesses se opõem aos desígnios reais. Mackiel, contrabandista que domina o Jeteé, seguido por sua protegida Keralie, tão astuta quanto ele, tendo aprendido com seu protetor todas as manhas da profissão de roubar e se safar das encrencas de modo furtivo. E a ação se inicia com o roubo de chips do entregador Varin, de Eonia. A partir desse momento, a história se mostra intrincada, relacionando o chip com o título da obra, levando-nos a compreensão da participação desses personagens na morte das quatro rainhas de quadarienses.
No entanto, nem tudo é o que parece e o mais impressionante é o revés da história (sutil, mas interessante) e, claro, não contarei a vocês para não estragar a diversão. A trama nos leva a refletir no poder de terceiros sobre nossas ações, no quanto nossa própria determinação em mudar o rumo de nossas vidas pode influenciar na compreensão de quem somos, do que queremos e do que podemos ser e fazer. Também conseguimos perceber o quanto viver sob regras, esquecendo-se de avaliá-las e aprimorá-las para que possamos usufruir das oportunidades da vida nos leva a não viver, de fato, a não nos arriscarmos por estarmos presos ao medo do fracasso. E, por mais que a narrativa foque bastante em Keralie, são as rainhas que me fizeram perceber que o poder nem sempre é uma dádiva, principalmente quando nos aprisiona em nós mesmos, ensimesmando-nos. E, indo além, não apenas o poder pode levar a isso: a liberdade, o sexo, riqueza... São exemplos de circunstâncias que podem trazer a indecisão, o medo (como mencionado antes), o engano, o sofrimento nosso e alheio a partir de nossas escolhas... Ou pela falta delas.
Quanto a obra, no geral, observa-se uma tentativa em apresentar um mundo fictício numa narrativa imersa em suspense, ação e aventura... Entretanto, embora haja alguns ensinamentos bacanas no decorrer da história (o poder da lealdade no dever, o autoconhecimento como força motriz, a valorização dos laços familiares, etc) a autora pecou em apresentar muitas informações e não aprofundá-las adequadamente, deixando lacunas estruturais que se mostrariam fundamentais para aproximar o leitor da leitura em si, fazendo-no compreender a dimensão pretendida, porém não atingida de modo satisfatório. Senti como faltasse algo para fazer me apaixonar pela trama, pelas personagens criadas num cenário pouco aprofundado e pouco explorado. Recomendo pela experiência, mas não trouxe grandes emoções.
XOXO
FONTE DA IMAGEM
https://www.amazon.com.br/Quatro-Rainhas-Mortas-Cards-Mapa/dp/8501303313
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