A Cabana (2017) - Filme

By Cathy Scarlet





FICHA TÉCNICA:

Filme: A Cabana (The Shack)
Diretor: Stuart Hazeldine
Ano: 2017
Duração: 132 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Drama, comédia
Nota: 10


Anos para escrever essa resenha (adoro as falsas hipérboles)! Vergonhoso, contudo explicável: encontrar a melhor forma de transmitir a você que está lendo quão maravilhoso esse filme é, sem parecer excessivamente piegas (sentimental ao extremo) não é lá um trabalho fácil, porque eu sou piegas mesmo em absolutamente tudo. Muito pelo contrário: é árduo e, como todo ensaio, exige um tempo de reflexão para materialização. O filme A Cabana, baseado na obra de mesmo nome do escritor William P. Young, centra-se no personagem Mackenzie, casado com Nan e pai de três filhos: Kate, Josh e Missy.

Mack viaja com os filhos para acampar e tudo ia bem até que, um dia, ocorre um acidente de barco. Querendo fazer uma brincadeira, Kate acaba se desequilibrando e deixando a embarcação virar. Ela consegue sair, mas seu irmão fica preso ao barco virado. Deixando a filha caçula para trás, Mack vai resgatar o filho e, ao retornar, vê que Missy desaparecera. A polícia chega e acaba por adverti-lo sobre um psicopata rondando a região, conhecido por sequestrar garotinhas. Desesperado, o pai espera por notícias juntamente com a família, até que é levado a uma cabana na qual já se encontram alguns oficiais do FBI. Lá, vê sangue no chão e o vestido vermelho da filha sujo e jogado em um canto, indicando que o pior havia acontecido com sua garotinha.

Após algum tempo dos acontecimentos iniciais, Mack culpa Deus e volta à cabana procurando por justiça. Nesse momento, acaba tendo um encontro inesperado com três figuras centrais (que acabam sendo uma só, em essência): a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo ou, usando os termos apresentados a nós no filme, Papai, Jesus e Sarayu, respectivamente).


Da esquerda para a direita: Jesus, Mack, Papai e Sarayu.


Aspectos religiosos são abordados de maneira delicada na trama, que traz muitas oportunidades de reflexão filosófica (relacionada ao saber, conhecimento e razão), já que as personagens passam a entender a si mesmas diante do que acontece; e teológica (que diz respeito a questões de natureza divina e da relação Deus e homem) parte central na história. É como se a audiência fosse o Mack, que serve como alegoria profunda de nós todos diante de questionamentos do porquê de certas circunstâncias acontecerem com pessoas boas, a razão de pessoas más ainda poderem encontrar a redenção e nossa mania de julgar uns aos outros utilizando nossos próprios paradigmas e sensos de moralidade, ética e correção.

Vemos Mack, logo após a morte da filha, distante da família, apático e preso ao passado, como se viver aquela dor fosse manter Missy ainda presente e, ao mesmo tempo, sedento em ver o assassino punido por seu delito, mesmo que por suas próprias mãos. No entanto, no decorrer da trama o vemos percorrer o caminho não só do autoconhecimento como do aprendizado de coisas das quais nem se dava conta.

É um filme que nos faz refletir a respeito de questões de fé, das circunstâncias que regem nossas vidas e do bem e do mal que nos cercam e, acima de tudo, como lidamos com aquilo que não compreendemos nem conseguimos aceitar. A fotografia é um espetáculo a parte, ao qual não se pode ignorar e acaba atuando como poderoso recurso emocional no espectador. Super recomendo!








XOXO






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